sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A flor

Pela janela, eu via um campo florido e arborizado de um lado e do outro um lugar seco, sem vida. Continuei olhando, e reparei melhor no lado seco, e vi que no canto dele, escondia-se uma flor diferente. Pus-me à observá-la. Era tão formosa, até mais que as do outro lado; Comparei este fato com a vida. A sociedade tende a excluir aqueles que não fazem parte do padrão imposto por ela, e nem sempre este é o melhor. Então viva, sem importar-se com o que outrora pensarão de você. Viva, porque é melhor ser feliz do seu jeito do que entristecido com uma coisa imposta à ti.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

A caverna

Estive preso por anos em uma caverna escura, onde não entrava a luz do sol, muito menos a do luar. Ela era silenciosa e vazia. O único som que se ouvia por lá era o das batidas do meu coração. Uma batida calma e lenta.
Às vezes o vento soprava por ali, o que deixava o frio da solidão, muito mais ardo e difícil de ser suportado. Me encolhia no canto mais profundo dela, e ficava parado no mesmo lugar, durante dias. Imóvel. Apenas meus olhos, com piscadas vagarosas, o batuque do meu coração e o sangue correndo em minhas veias, se moviam na imensa escuridão da gruta.
Fechei meus olhos, por um instante, mas se passaram anos e eu continuava no mesmo lugar. Outro vento frio soprou por entre as gélidas paredes do lugar. Senti um calafrio nas costelas. Tremi. Sentia que o fim se aproximava. Apenas esperei. Mas ele não veio.
Permaneci na caverna por mais vários anos, à espera de algo para me resgatar. Eu poderia muito bem me levantar e sair de lá sempre que quisesse, mas não o fazia. Sentia medo do que poderia encontrar aqui fora.
Se passaram vários anos, decidi que já estava na hora de sair daquele buraco. Levantei, mas infelizmente, era tarde demais. Minhas pernas cambalearam, caí. Me arrastei sem forças até a entrada da caverna, ou no caso a saída, mas parei ainda na metade do caminho. Fraco e cansado, minha respiração estava ofegante e cada segundo que se passava, ficava mais difícil de realizar tal tarefa. Meu coração se acelerou, minha vista escureceu-se, minha respiração sessou.
Já não se ouvia o som que sempre se ouviu por ali, o som dos meus batimentos cardíacos. O fim tinha chegado.
E foi isso que senti, quando percebi que não poderia mais te ter.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Calo-me

Calo-me no frio,
pois em dias assim, a solidão bate.
E a vontade de falar contigo cresce.
Calo-me no frio para não morrer de saudade.
Calo-me no frio e vivo calado,
calando-me. 
Calo-me.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Tudo se foi

Sonhei um sonho bom. Nele você estava aqui, compartilhando uma alegria intensa, um amor sem fim e uma amizade complacente. Nele não existia a tristeza, não havia o inverno, o frio. Mas sim a primavera, a época da beleza, do amor, o verão, calor e felicidade, e o outono, onde tudo se renovava, as árvores, a paz, o amor e a vida.
Nesse sonho não acontecia nada de ruim. Nele você estava comigo, mas nesse sonho, como em todos os outros houve um vilão: o despertador. Quando ao começo da manhã, ele se acorda, e me acorda, levando consigo tudo o que era bom. 
E tudo se foi. O sonho se foi. Você se foi.

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

A dor do amor

O amor dói.
E dói bem no fundo
da alma,
do coração
e até do pulmão.
Dói no pulmão.
E de lá a dor passa para os olhos
E as lágrimas que escorrem,
Escorrem na tentativa de ajudar
a alma,
o coração
e o pulmão.
Limpam a alma.
Acarinham o coração.
E acalmam o pulmão.
Ou tentam.
Fazem soluçar.
O amor dói tanto.
Não o amor em si,
mas o amor quando ele acaba.
Acaba ou deixa de existir.
Sempre tem aquelas fases da tristeza.
Negação.
- não acredito que ela me deixou.
Raiva.
- aquela vazia (vadia) não me merecia.
Aceitação.
- A vida é assim: amores vem e amores vão.
C'est la vie.